Forjas del Salnes

Forjas del Salnés: a alma preservada de Rías Baixas

A Galícia tem um jeito próprio de fazer vinho. E no coração do Vale do Salnés, em Rías Baixas, está um produtor que leva isso muito a sério. Rodrigo Méndez — ou simplesmente Rodri — comanda a Forjas del Salnés, uma vinícola que não só faz grandes vinhos, mas também ajuda a contar uma história. E essa história começa com uma decisão que, à época, foi quase um ato de teimosia.

Na contramão do mercado

Nos anos 1970, boa parte dos produtores da região arrancava suas vinhas tintas tradicionais para plantar Albariño, que crescia em popularidade. Mas a família Méndez seguiu o caminho inverso. Decidiu preservar — e replantar — variedades nativas quase esquecidas como Caiño, Espadeiro e Loureiro Tinto.

Décadas depois, em 2005, já com a ajuda do grande enólogo Raúl Pérez, nasceu a Forjas del Salnés. O nome é uma homenagem à ferraria do avô de Rodri, Francisco Méndez. Assim, desde o início, tinha uma ideia fixa: vinhos que respeitassem o lugar, as pessoas e as uvas da Galícia.

Um terroir expressivo

forjas del salnes

O Vale do Salnés é a sub-região mais fria e atlântica de Rías Baixas, na Espanha. Além disso, estamos falando de vinhedos a poucos quilômetros do mar, com clima úmido, temperaturas moderadas e solos graníticos com areia, que drenam rápido e desafiam as raízes das videiras.

Logo, é essa combinação que ajuda a explicar o frescor, a acidez vibrante e a mineralidade salgada que marcam os vinhos da casa. Aqui, a proximidade com o oceano é quase palpável na taça.

Vinhedos antigos, intervenção mínima

Hoje, a Forjas cultiva cerca de 12 hectares — parte próprios, parte arrendados de pequenos viticultores nas vilas de Meaño, Sanxenxo e Barro. Um dos vinhedos mais emblemáticos é a Finca Genoveva, com vinhas de Albariño e Caiño que se aproximam dos 200 anos (!).

A filosofia é clara: fazer o menos possível, com o máximo cuidado. As uvas são colhidas no ponto certo, fermentam com leveduras nativas, sem adição de enzimas ou correções técnicas, e com pouquíssimo sulfito. A vinificação é feita em tonéis grandes de carvalho usado, foudres ou inox — tudo pensado para respeitar o caráter do vinho, sem maquiagem.

Forjas del Salnés: um produtor essencial

Em resumo, falar em Forjas del Salnés é falar de compromisso com a origem. Afinal, este é um projeto que olha para trás para seguir em frente, resgatando castas, tradições e modos de fazer que quase se perderam. O resultado está nos vinhos — vivos, puros, profundos e, acima de tudo, galegos até o fim.

Deste modo, se você busca vinhos com alma, textura e salinidade que só o Atlântico sabe dar, vale conhecer o trabalho de Rodri Méndez, recém-chegado ao portfólio da Cellar Vinhos. Clique aqui e confira!

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