Uma das regiões mais queridas pelos profissionais do vinho
Ela está na lista de 10 entre 10 sommeliers do mundo como uma das regiões produtoras mais queridas e admiradas. A região francesa de Beaujolais, mesmo com o boom do simples e ligeiro Beaujolais Nouveau, soube posicionar muito bem seus vinhos no mercado internacional. Resumir Beaujolais a rótulos demasiadamente triviais é um erro crasso e nós vamos te explicar o porquê.
Como as regiões produtoras em Beaujolais são divididas
Primeiramente, precisamos entender a definição da expressão Denominação de Origem.
Uma Denominação de Origem reflete as características únicas, intransponíveis e qualitativas de um produto ou serviço de uma determinada região. As Denominações de Origem existem tanto no vinho, como para queijos e azeites, por exemplo.
Em Beaujolais, as Denominações de Origem são divididas da seguinte forma:
O que cada uma delas significa?
- Crus de Beaujolais – mostram as características do seu terroir em rótulos complexos e estruturados. Apenas tintos.
- Beaujolais Villages – apenas 38 vilarejos espalhados pela região, até a data deste artigo, e que podem rotular seus vinhos como Beaujolais Villages + o nome do Villages. Aqui são feitos vinhos brancos, tintos e rosés. Os tintos são menos complexos que os Crus.
- Beaujolais e Beaujolais Supérieur – a base da produção na região e que entrega líquidos mais simples e do dia a dia. Mesmo podendo confeccionar vinhos brancos e rosés, a produção é majoritariamente de tintos. A versão Supérieur, no entanto, é reservada aos rosados e vermelhos. Eles apresentam maior corpo e nível de álcool.
Quais as características do Beaujolais Nouveau?
O Beaujolais Nouveau talvez seja o vinho mais famoso dessa região, mas certamente o mais simples e leve. Como regra, estamos falando de um exemplar que
já está pronto para consumo na terceira quinta-feira do mês de Novembro, em todo o mundo.
O Beaujolais Nouveau não é uma Denominação de Origem per se. Na verdade, os vinhos Beaujolais e Beaujolais Villages podem adicionar o nome Nouveau ao rótulo. O Beaujolais Nouveau é mais conhecido na versão tinta, mas pode ser também encontrado na versão rosé. Destes vinhos, espere taninos macios e acidez refrescante, além aromas de frutas vermelhas bem frescas e notas até de banana.
Curiosidade 1
A técnica de maceração carbônica é bastante utilizada em Beaujolais. A grosso modo, essa técnica de fermentação acontece em tanques fechados e anaeróbicos (ou seja, sem oxigênio) e o processo fermentativo inicia-se de forma intracelular, ou melhor, dentro do bago da própria uva.
Vinhos de maceração carbônica apresentam notas mais frutadas e taninos menos marcados em boca.
Mapa da região de Beaujolais
História da produção vitivinícola em Beaujolais
O cultivo das vinhas em Beaujolais começou através dos romanos. Não à toa, os Crus Broully e Juliénas fazem homenagem, respectivamente, a Brulius, tenente do exército romano, e Júlio César, imperador romano.
Assim como na Borgonha, foi a presença de monges beneditinos durante a Idade Média, que manteve a produção vitivinícola em funcionamento.
Um fato interessante na história de Beaujolais aconteceu em 1395. O Duque da Borgonha Filipe, o Temerário, baixou um decreto exigindo a retirada da uva Gamay dos solos borgonheses. A cepa foi então empurrada para a região de Beaujolais, onde encontrou uma boa casa e hoje ela brilha naquela região, seja em vinhos leves e frescos, até alguns mais complexos e estruturados.
Uma breve explicação sobre o terroir de Beaujolais
A palavra francesa terroir significa tudo aquilo que vem de uma região e que possui características e uma marca única,
como o clima, a topografia, o solo e outros elementos.
O clima em Beaujolais é o que chamamos de semi-continental. O local sofre com invernos frios e um pouco de neve. Durante a primavera o perigo são as geadas que podem matar as uvas em período de brotação. Já no verão, o território recebe alguma influência do mar Mediterrâneo, o que faz com que Beaujolais seja, em geral, um pouco mais quente que a Borgonha, por exemplo.
Quando o assunto são os solos de Beaujolais, há uma grande diferença entre o norte e o sul dessa região. Ao norte de Beaujolais encontram-se solos mais rochosos, como xisto e granito, esse último em maior quantidade. Já ao sul, prevalecem solos de calcário argiloso.
Na taça essa diferença também é bastante significativa visto que Gamays plantados nos solos rochosos, apresentam mais estrutura e complexidade. Enquanto o Gamay mais ao sul, mostra-se mais frutado e leve. Não à toa, o norte da região é onde encontramos os Crus de Beaujolais.
Curiosidade 2
Mesmo tendo uma produção pequena de vinhos brancos à base de Chardonnay, a região de Beaujolais, conta com 95% dos seus vinhedos dedicados à cepa tinta Gamay. Nenhuma outra região no mundo possui tanta representatividade dessa uva.
O que harmonizar com vinhos de Beaujolais?
As versões mais leves de Beaujolais, podem facilmente ser harmonizadas com queijos de pasta mole, charcuterie e peixes como o atum e o salmão. Já, se a escolha for um Cru de Beaujolais, você pode pensar em pratos mais elaborados como o coq au vin.
A Cellar Vinhos é reconhecida em todo o mercado nacional pelo seu portfólio completo de Beaujolais. Aqui, você pode provar desde os vinhos da AOC Beaujolais, passando por todos os Crus daquela região. Além de versões brancas, rosadas e tintas. Quer dar uma olhada nas opções? Clique aqui e saiba mais.